quinta-feira, 10 de março de 2016

UM VERDADEIRO RALLY

“UM VERDADEIRO RALLY”


Em uma determinada época o Sr. “M”, resolve tornar a sua vida mais emocionante e decide participar de uma “gincana” (rally amador), patrocinada por grande um grande shopping center de sua cidade. Ela consistia em decorar seu próprio, carro com adesivos coloridos fornecidos por patrocinadores, proprietários de lojas de roupas e fornecedores de peças de automóveis. Tudo muito emocionante, como em um verdadeiro comercial de cigarros “Hollywood”. É claro que em determinada época da vida, certos desafios, causam um grande e novo motivo para se viver, mesmo que nosso personagem ainda que não fume, ou fume “Free”.

É assim que o Sr. “M” levou em frente sua audaciosa aventura motorizada, observando cuidadosamente as regras, lendo manuais de participação e informações técnicas, sobre como pilotar um carro em altas velocidades. Chegou ele, até mesmo pensar em utilizar modernos equipamentos de navegação eletrônica, como um “GPS” (equipamento de navegação orientado por satélites).

E finalmente o grande dia chegou; o carro brilhante, com “pretinho” (água com açucar e colorante) nos pneus, sua namorada penteada e maquiada fazendo um sinal de “OK” ao longe. Carros apostos, foi dada a largada, e numa disparada, lá vai ele, nosso amigo, o Sr. “M” , com o seu “possante”.

Na primeira curva, um leve desnível da pista, no acostamento, marca o fim da aventura; depois de tres capotadas, de dentro do carro totalmente destruído, sai o Sr. “M” meio atordoado e cambaleando até tombar e ser socorrido as pressas pela namorada aos prantos e depois ser levado por uma ambulância até um pronto socorro próximo.

Começou a piscar lentamente, até abrir todos os olhos, e assim logo em seguida ouviu sua namorada perguntar-lhe: tudo bem meu amor? E ele respondeu: Sim, eu tenho seguro do meu carro. Comemoraram com as enfermeiras e os médicos, sonharam com o novo carro, que iriam comprar com o pagamento do sinistro.

Até aqui tudo bem, nosso amigo o Sr. “M” estava bem, mas mesmo assim, infelizmente, após o acidente, o preço da sua aventura foi bastante alto.

A seguradora não pagou pelos danos, pois, o carro acidentado, foi utilizado para uma finalidade diferente da qual fora contratado o seguro.

Trágico não !?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?



Quem diria que nossos computadores, máquinas CNC (máquinas com controle númérico eletrônicas), sistemas telefônicos, fiações elétricas, e muitos outros equipamentos eletrônicos, vivem um verdadeiro “rally”.

É espantoso, mas é o que realmente está acontecendo atualmente em nossa sociedade, “break outs” (quedas de energia elétrica) como o ocorrido em 11/03/99, deixando milhões de pessoas e empresas sem energia elétrica, oscilações de tensão da rede elétrica, danos a equipamentos elétricos e eletrônicos, enfim, muito prejuizo em dias bastante difíceis para nossa sociedade.

Tudo isto possível de ser causado, basicamente devido a tres fatores, que são:

- Falta de aterramento adequado dos pára-raios de alta tensão na linha primária (proteção contra descargas atmosféricas, raios, nos fios de alta tensão nos postes).

- Falta de proteção através de pára-raios de baixa tensão na linha de tensão secundária (proteção do tipo “anti-raio”, filtros de linha baseados em varistores de óxido-metálico com aterramento independente, não soluções domésticas como tomadas com proteções).

- Falta de proteção contra descargas elétricas de origem atmosféricas nas coberturas e estruturas (falta de sistemas de pára-raio, mastos com captores ou gaiolas de “Faraday”) e ou falta de aterramento elétrico adequado, com todas as características exigidas por normas.


Existem inúmeras empresas, hospitais, escolas, condomínios, igrejas, lojas, bancos, clubes, supermercados, postos de gasolina, armazéns, etc. que possuem seguro contra sinistros em sua instalações e estão correndo o risco de não receber os valores de seguro combinados, pois, nas “entre linhas” do mesmo, existem algumas cláusulas, que se referem às condições de suas instalações elétricas e equipamentos de segurança.

Caso esses equipamentos e condições técnicas exigidos por lei e pelo contrato de seguro não estejam de acordo, a seguradora com certeza não estará obrigada em ressarcir os danos ao segurado em caso de sinistro.


Nota do autor:

Qualquer semelhança com pessoas, fatos ou nomes é mera coincidência.


Escrito pelo Engº Elétrico Eletrônico Denis Ronaldo Pinto em 06/08/1999.
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ILUSTRAÇÃO (mais moderninha)

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